O fenômeno da explosão demográfica contribuiu para que surgissem novas teorias relacionadas ao crescimento populacional. As primeiras teorias associavam o crescimento demográfico à questão do desenvolvimento e propunham soluções antinatalistas para os problemas econômicos enfrentados pelos países subdesenvolvidos. Ficaram conhecidas como teorias neomalthusianas, por serem catastrofistas e por apontarem o controle populacional como única saída. Mas , ao contrário de Malthus , os neomalthusianos eram favoráveis ao uso de métodos em massa nos países do mundo subdesenvolvido. Argumentavam que os países que mantêm elevadas taxas de crescimento vêem-se obrigados a investir boa parte de seus recursos em educação e saúde, devido à grande porcentagem de jovens que abrigam. Essas elevadas somas de investimentos poderiam ser aplicadas em atividades produtivas, ligadas à agricultura, à indústria , aos transportes etc., que dinamizariam a economia do país. Os neomalthusianos ressaltavam ainda que o crescimento acelerado da população de um país acarretava a diminuição de sua renda per capita.
Portanto, para aumentar a renda média dos habitantes , era necessário controlar o crescimento populacional. Os argumentos convincentes dos neomalthusianos foram desfeitos pela dinâmica demográfica real. Os países que tiveram quedas acentuadas em suas taxas de natalidade foram aqueles cujas conquistas econômicas estenderam-se à maioria dos habitantes , na forma de maior renda e melhoria do padrão cultural. A história comprovou que havia uma inversão no pensamento neomalthusiano. A redução do crescimento populacional não é o ponto de partida para a conquista do desenvolvimento social e econômico, mas o ponto de chegada. Essa dinâmica demográfica já havia sido apontada pelos reformistas que destacavam as conquistas socioeconômicas como responsáveis pela redução das taxas de crescimento populacional. Para os reformistas , uma melhor distribuição de renda e o maior acesso à cultura e à educação podem modificar os padrões de crescimento e promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Outra visão antinatalista surgiu com alguns ecologistas já no final da década de 1960. com a publicação do livro "A Bomba Populacional" de Paul Ehrlich. Mas esses ecologistas não se limitaram à questão demográfica para discutir as ameaças dos problemas ambientais. Ressaltarem o papel negativo do consumismo da população dos países desenvolvidos e , portanto , necessidade de transformação do modelo econômico do mundo atual.