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domingo, 28 de maio de 2017

Órgãos Vestigiais


Outra evidência da evolução são os órgãos vestigiais , órgãos atrofiados , que não exercem mais sua função original , como o apêndice vermiforme humano e os ossos vestigiais de membros posteriores em algumas baleias e serpentes que indicam relações evolutivas entre as espécies. O apêndice vermiforme humano corresponde a uma projeção do intestino não ruminantes , pois, nesses animais , abriga microrganismos importantes para a digestão da celulose. Na espécie humana, essa função original do órgão foi perdida , o que o caracteriza como órgão vestigial. No entanto, um estudo recente sugere que ele pode colaborar em outras funções, por exemplo, na imunidade ou como um reservatório de bactérias que podem recolonizar o intestino. A presença de ossos vestigiais de membros posteriores em baleias e serpentes indica que esses animais descendem de espécies com pernas que se adaptaram a um novo modo de vida.  Nas baleias , a perda das penas traseiras diminuiu o atrito com a água , tornando mais eficiente o deslocamento do animal ou ambiente aquático. Nas serpentes , essa perda pode ter facilitado o deslizamento do animal por fendas estreitas entre pedras e sua entrada em buracos no solo , por exemplo.  Outro exemplo é o cóccix humano. Localizado na parte inferior da coluna vertebral e formado pela união de quatro ou cinco vértebras , é um órgão vestigial remanescente de cauda. Há pessoas que, inclusive, possuem um pequeno músculo ligado ao cóccix , idêntico ao que movimenta a cauda em outros mamíferos , mas , nesse caso, sem função, já que o cóccix não se movimenta.  Os olhos reduzidos de animais que vivem em cavernas ou sob o solo também são órgãos vestigiais.

 A atrofia dos olhos , nesse caso, pode ter representado uma vantagem adaptativa , pois seu desenvolvimento significaria desperdício de energia (uma vez que não há luz no ambiente desses animais) e, além disso, são órgãos que podem se ferir com facilidade em tais condições. Essa hipótese (vantagem adaptativa) também pode explicar a atrofia de outros órgãos , mas há casos em que ela pode ter ocorrido por sucessivas mutações nos genes que controlam o desenvolvimento do órgão em questão , que se acumularam ao longo do tempo por deriva genética , uma vez que não houve pressão seletiva para eliminá-las.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Níveis de Organização da Vida

 A maioria dos organismos pluricelulares é formada por grupos especializados de células - os tecidos , que se agrupam em órgãos. Estes estão integrados em unidades mais amplas - os sistemas -, reunindo no organismo. Embora a Ecologia estude como um indivíduo é influenciado pelos fatores ambientais (temperatura, umidade, etc) e , nesse caso, superponha-se ao estudo da fisiologia do organismo , a maior parte dos estudos ecológicos preocupa-se com as relações que ocorrem em formas de organização que vão além do organismo : populações , comunidades e ecossistemas. As populações são formadas quando vários indivíduos da mesma espécie passam a viver em uma mesma área e mantêm relações entre si. É o caso da população humana de uma cidade , da população de esquilos de uma floresta ou da população de sapos de uma lagoa. Elas não estão isoladas ;dependem umas das outras. Por exemplo, os animais não vivem sem as plantas; são elas que produzem as substâncias orgânicas (açúcares, gorduras, proteínas , etc.) que eles utilizam como matéria-prima para o seu crescimento , a obtenção de energia e a manutenção. Populações que habitam a mesma área mantêm entre si varias relações e formam um novo nível de organização, chamado de comunidade , biocenose , biota ou comunidade biótica. A ecologia estuda também as relações entre os seres vivos e o meio físico (ar, luz, temperatura, umidade , tipo de solo, etc.) . Por exemplo, a água e os sais minerais são transformados pelas plantas em substâncias orgânicas. Os microrganismos que vivem na terra transformam novamente a matéria orgânica das folhas mortas , dos cadáveres e das excretas em substâncias minerais. Desse modo, promovem importante reciclagem da matéria na natureza. Portanto, há um constante intercambio de matéria e energia entre os seres vivos e o ambiente. Esses fatores físicos e químicos do ambiente que interagem com os seres vivos são chamados de abióticos em oposição aos bióticos, formados pelos seres vivos. O conjunto de fatores físicos e químicos é chamado de biótopo.
A reunião e a interação da comunidade com o ambiente físico formam um sistema ecológico ou ecossistema. Uma floresta , com sua vegetação , seus animais , seu tipo de solo e seu clima característico , é um ecossistema, assim como um lago, um oceano, um tronco de árvore e um simples aquário. Conjunto de florestas, campos , desertos e outros grandes ecossistemas forma a biosfera: conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de modo permanente. Ela estende-se de cerca de 8 km acima da superfície da Terra até cerca de 11 km abaixo da superfície dos oceanos. Se a Terra fosse uma bola de basquete , a biosfera teria a espessura de uma camada de tinta.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Governo Vargas e a Política de "Substituição de Importações"


De 1930 e 1956 , a industrialização no país caracterizou-se por uma estratégia governamental de implantação de industrias estatais nos setores de bens de produção  de infraestrutura: siderurgia (Companhia Siderúrgica Nacional - CSN), petroquímica Petrobrás) e bens de capital (Fábrica Nacional de Motores - FNM, que além de caminhões e automóveis , fabricava máquinas e motores) , e também da extração mineral (Companhia Vale do Rio Doce - CRVD) e da produção de energia hidrelétrica (Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf) . A implantação desses setores industriais e de infraestrutura estratégica necessitava de investimento inicial muito elevado. Como o retorno do capital era muito lento, essas atividades , na época , eram pouco atraentes ao capital privado ,  fosse ele nacional ou estrangeiro. Portanto, a ação do Estado foi decisiva para impulsionar e diversificar os investimentos no parque industrial do país , combatendo os principais obstáculos ao crescimento econômico .
Além de fornecer os bens de produção e os serviços de que os industriais privados necessitavam m suas industrias de bens de consumo, o Estado cobrava por tudo isso preços mais baixos que aqueles que seriam sobrados pelas empresas privadas , fossem elas nacionais ou estrangeiras. Essa medida visava ao fortalecimento do parque industrial brasileiro. Era uma política nacionalista. Embora  a expressão substituição de importações possa ser utilizada desde que a primeira fábrica foi instalada no país , permitindo substituir a importação de determinado produto , foi o governo Getúlio Vargas (1930-19450 que iniciou a adoção de medidas fiscais e cambiais que caracterizaram uma política industrial voltada à  produção interna de mercadorias que até então eram importadas. As duas principais medidas adotadas foram a desvalorização da moeda nacional (réis  até 1942 e , a seguir , cruzeiro) em relação  ao dólar , o que tornava  o produto importado mais caro (Desestimulando-se as importações), e a implantação de leis e tributos que restringiam , e às vezes proibiam , a importação de bens de consumo e de produção que pudessem ser fabricados internamente. Getúlio assumiu o poder durante a recessão mundial decorrente da crise econômica de 1929. Foi o presidente empossado pela Revolução de 1930 , de cunho modernizador . Até então , o mundo capitalista acreditava no liberalismo econômico , ou seja , que forças do mercado deveriam agir livremente para promover maior desenvolvimento  crescimento econômico. Com a crise , iniciou-se um período em que o Estado passou a intervir diretamente na economia para evitar novos sobressaltos do mercado. Essa prática de intervencionismo estatal na economia ficou conhecida por Keynesianismo. Em 1934, Getúlio Vargas promulgou uma nova Constituição , que incluiu a regulamentação das relações de trabalho . Entre as principais medidas que beneficiaram o trabalhador, figuravam a criação do salário mínimo, as férias anuais  o descanso semanal remunerado.
Com essa atitude , que garantia o apoio da classe trabalhadora, e com apoio das elites agrária e industrial, Vargas conseguiu aprovar uma Constituição. em 1937, que o manteve no poder como ditador até o fim da Segunda guerra em 1945. nesse período .  conhecido como Estado novo 91937-45), houve repressão à oposição e manipulação das notícias por intermédio de severa censura aos meios de comunicação e muitos investimentos estatais . Foram criados órgãos estatais de regulamentação da atividade econômica. encabeçados pelo CNE (Conselho nacional de Economia). Foram criadas também indústrias em setores estratégicos visando combater os obstáculos ao crescimento econômico. A intervenção estatal no setor de base da economia (petroquímica , siderurgia , energia elétrica e indústria de cimento , por exemplo foi priorizada. Graças a essa intervenção do Estado , houve grande crescimento da produção industrial nessa época, com exceção do período da Segunda Guerra. Durante os seis anos de conflito , devido á carência de industrias de base, o crescimento industrial brasileiro foi de 5,4% uma média inferior a 1% ano. A  atuação do Estado revelou-se , então, importante para estimular a produção industrial.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

A Modernidade e a Cultura Nacional


Período de muitas transformações , os anos 1920 corresponderam a um momento de inquietação política e cultural , em que o país recebeu com maior intensidade, os influxos da modernidade europeia e norte-americana. Ao mesmo tempo , diante desse espelho, passou a repensar sua própria identidade. Tendo como símbolos o automóvel , o cinema e o avião , essa modernidade valorizava o dinamismo , a praticidade  e a competição . As multidões e os bondes elétricos passaram a fazer parte do cotidiano das grandes cidades brasileiras. O cinema divulgava o "american way of life", o novo modelo norte-americano. Aspectos da sociedade de consumo , como a produção em série de enlatados e roupas prontas e mais descontraídas, incorporam-se aos hábitos urbanos e trouxeram transformações quanto à sensibilidade e ao gosto. A indústria da comunicação se desenvolveu , com jornais, revistas e almanaques ilustradas, os quais falavam de política , moda, religião , humor e costumes. Fotografias , caricaturas e cartazes publicitários  proliferam nos grandes centros , ao lado do mercado fonográfico, da introdução do rádio e da popularização do cinema. A maior circulação de ideias favorecia as transformações artísticas e culturais.
Com a aglomeração nos grandes centros urbanos e o desenvolvimento das novas mídias , a acultura popular urbana tomou novas formas. Promovendo a animação de festas e confraternizações públicas , aos poucos  , o samba , o frevo e o choro desenvolveram-se como ritmos genuinamente brasileiros e caíram no gosto popular. Apesar da repressão oficial , o carnaval , promovendo uma intensa mistura das tradições europeias com o tradicional entrudo, de referências indígenas e africanas . Ao mesmo tempo , com a valorização das práticas esportivas , os clubes de regatas apareceram e o futebol se popularizou. Ainda sob influência europeia e norte-americana , lutando contra os fortes preconceitos aqui presentes, um movimento pelos direitos femininos começou a tomar corpo no Brasil. Em 1917, no Rio de Janeiro , ocorreu uma passeata pelo voto feminino. Em 1922, Bertha Lutz (1894-1976) organizou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, com os objetivos de promover a educação da mulher e lutar pela inclusão dos direitos femininos na legislação . Paralelamente , cinemas e revistas apresentaram uma nova mulher, com as saias subindo até os joelhos , decotes , maquiagem e cabelos curtos. Novas oportunidades de trabalho surgiram no mundo urbano: para telefonistas , secretárias , balconistas , enfermeiras e professoras. Diante de toda essa agitação social, artistas e intelectuais reavaliavam os rumos do país. Por um lado, desde 1916,o poeta Olavo Bilac deflagrava uma campanha cívica em defesa do serviço militar obrigatório e de uma mobilização patriótica nacional. Em 1917, quando os submarinos bombardearam navios mercantes brasileiros , os discursos nacionalistas se acentuaram . Por outro caminho, obras como as de Euclides da Cunha (Os Sertões , 1902), Monteiro Lobato (Urupês, publicada em jornal desde 1914) d Lima Barreto triste Fim de Policarpo Quaresma , 1915) traziam questionamentos a certo nacionalismo ufanista e apontavam o desconhecimento , por parte de intelectuais e governantes , dos reais problemas brasileiros. O marco simbólico desse  despertar literário para a realidade nacional foi a realização da Semana de Art Moderna , em 1922, na cidade de estética promovida pelas vanguardas artísticas europeias, Heitor Villa-Lobos , Mário de Andrade, Oswald de Andrade , Manuel Bandeira , Manotti del Picchia , Plínio Salgado , Anita Malfatti , Di Cavalcanti e Victor Brecheret , entre outros propunham uma ruptura com a linguagem acadêmica e pomposa que impregnava a produção nacional. Ao mesmo tempo que faziam uma ruptura estática , os modernistas buscavam uma aproximação com temas ligados á realidade nacional , abordando o os indígenas , os negros , os mulatos , os caipiras , os operários , o cotidiano das cidades, a ingenuidade , a malandragem , as culturas populares , etc. Reconheciam-se , enfim , os brasileiros como um povo com múltiplas heranças culturais. Pensando a cultura nacional de maneira mais profundada , os intelectuais e artistas modernistas engajaram-se nos movimentos políticos brasileiros, especialmente , a partir de 1926. As posições antagônicas tomadas por alguns grupos refletiam a diversidade de ideias expressada pela primeira geração modernista , bem como a polarização política das sociedades brasileira e mundial no período.

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