Pelo Plano de Metas , o governo apontava as áreas prioritárias para o investimento estatal : energia , transporte, alimentação , indústria de base e educação. Dando início à política econômica do governo Vergas, procurava estimular a industrialização mediante associação com o capital estrangeiro. A política econômica de JK, denominada nacional-desenvolvimentismo, era semelhante à bossa nova. Esse novo ritmo musical , surgido na década de 1950 no Brasil , combinava a música nacional e o jazz norte-americano. A política nacional-desenvolvimentista representava uma variação melódica dentro do modelo de substituição de importações, visando superar um de seus aspectos mais problemáticos: a obtenção de investimentos estrangeiros no país. Nesse período , diversas empresas multinacionais instalaram-se no Brasil : indústrias automobilísticas , farmacêuticas , petroquímicas e eletroeletrônicas. A economia diversificou-se e a produção industrial atingiu o extraordinário índice de 80% de crescimento entre 1956 e 1961. Era , na verdade , um desenvolvimentismo associado. Além do capital externo , JK utilizou largamente a expansão da base monetária para financiar déficits do orçamento , bancar aumentos salariais e estimular as atividades produtivas. Como resultado , o governo deixou para seus sucessores uma pesada taxa inflacionária de cerca de 30% em 1961 e a elevada dívida externa de U$$ 3,1 bilhões. Em 1959 , diante das pressões para que fossem adotadas medidas de contenção JK rompia as negociações da dívida externa com o Fundo Monetário Internacional (FMI) Como a bossa nova , o governo era elitista . Favoreceu os setores empresariais ligados direta e indiretamente ao capital transnacional. Estimulou também o consumo de bens duráveis na classe média , simbolizado na capacidade de aquisição de um automóvel , de preferência de Volkswagem , e a ampliação numérica desse grupo social, empregado nas diversas funções de gerência e direção das novas indústrias instaladas.
No entanto a divisão da renda nacional aprofundou a desigualdade social. Os mais ricos haviam ampliado seus rendimentos . Os mais pobres participavam de uma parcela menor da riqueza nacional. É certo que a classe média ampliou sua participação na riqueza nacional. Mas, em 1960 , 1% da população detinha quase 30% da renda nacional , enquanto os 50% mais pobres possuíam apenas 15%. Numa época de verdadeira euforia econômica , com enorme crescimento da economia nacional, as disparidades regionais passavam facilmente despercebidas . Com a crise projetada para o próximo governo, tais desigualdades emergiriam com todo o seu radicalismo e exigiriam reformas estruturais na sociedade brasileira. A previsão era de novas tempestades no oceano político populista.