Procure aqui o que deseja saber

domingo, 15 de outubro de 2017

As Formas de Resistência do Escravo Africano


Apesar de todas as condições desfavoráveis e dos discursos legitimadores da escravidão, os negros cativos não deixaram de apresentar formas de resistência à sua situação: promoviam sabotagens no processo de produção do açúcar, organizaram fugas coletivas ou individuais; assassinavam senhores e feitores; suicidavam-se e geravam revoltas nas plantations e povoações. Além disso, muitos sentiam o banzo , uma atitude apática , de recolhimento, que os tornavam ineficazes para os trabalhos requeridos. Deprimidos , muitos definhavam até a morte. Outra forma de resistência foi a preservação das crenças e ritos africanos, apesar da condenação e vigilância do clero colonial. Não havia, entre os negros trazidos para a América a partir do século XVI, uma mesma religião ou ritual. Em comum, havia o culto aos antepassados, responsáveis pela proteção do grupo tribal.  Com o deslocamento e dispersão das várias tribos, eles voltaram-se para divindades mais concretas, ligadas às forças mágicas da natureza. Essas divindades, a partir de um processo de composição da herança africana com as concepções religiosas de brancos e índios instalados na Colônia, eram cultuados em rituais e festas, ao som de atabaques e outros instrumentos de percussão. Mas foram os quilombos a marca mais característica da resistência dos escravos negros à sua condição. Após fugirem em grupos, estes organizavam pequenos acampamentos em áreas despovoadas e de difícil acesso, que podiam abrigar desde um pequeno bando de fugitivos , que promoviam assaltos a viajantes e povoações, até milhares de habitantes. Para os grandes quilombos , dirigiam-se não só negros como também índios, criminosos e outros grupos marginalizados da sociedade colonial. Ali se plantavam gêneros de subsistência e se fazia criação. Muitas vezes, o vigor econômico dos quilombos era tal que chegavam a estabelecer relações comerciais com os povoados próximos, dos quais adquiriam armas, munição, ferramentas e outros produtos necessários à comunidade. A organização social dos quilombos era estabelecida a partir de uma pequena elite de guerreiros, líderes da comunidade que promoviam sua defesa e os ataques armados às povoações portuguesas. Não era incomum a manutenção de relações de escravidão doméstica em seu interior , de forma semelhante àquela existente entre as tribos africanas. Podendo neles reproduzir suas heranças culturais africanas, os negros conseguiam construir seus efêmeros paraísos sobre as terras do Novo Mundo.

Leia Mais

Invasões de terra voltando com tudo no governo do Lula maldito

 Invasões de terra acontecem neste sábado, no Oeste Paulista, pelo FNL (Frente Nacional de Luta), nas fazendas abaixo: São Lourenço, Rosana;...

Postagens Destacadas